As transformações sociais, culturais e familiares que vêm ocorrendo nas últimas décadas causaram um grande impacto no papel da figura paterna. A condição de “pai” evoluiu da função de disciplinador, que pouco se envolvia afetivamente na criação dos filhos, para uma pessoa igualmente responsável por todas as etapas de criação e desenvolvimento da criança junto à mãe.
Com tantos pais mais interessados em participar ativamente da vida de seus filhos desde os primeiros meses, resolvemos explicar os benefícios dessa relação não apenas para as crianças, mas também para o próprio homem, para a família e à sociedade.
Os benefícios da paternidade na vida do homem
Segundo uma pesquisa feita pela academia americana de ciênciasNational Academy of Sciences, homens que se tornam pais tendem a ficar menos agressivos e estressados e mais sensíveis e preparados para momentos de tensão emocional.
Um outro estudo, feito pelaAcademy of Management Perspectives, concluiu que há uma maior possibilidade de aumentar a satisfação com o trabalho quando os pais são mais envolvidos com a criação dos filhos, pois isso fortalece a relação trabalho-família e diminui a probabilidade de pensar em largar o emprego.
Além disso, a paternidade traz diversos benefícios para a saúde do homem. De acordo com o pesquisador Marcus Goldman, autor de “A alegria da Paternidade”, quando os pais realmente percebem que têm a responsabilidade de cuidar de outra pessoa, passam a prestar atenção no que comem e no seu estilo de vida: “Não só ela inspira os homens a se cuidarem melhor fisicamente, como também os completa com um propósito que melhora seu bem-estar psicológico”, escreve Goldman.
Criando vínculo desde a gestação
Diferentemente do que acontece com as mães, que se conectam afetivamente com a criança desde os primeiros meses de gestação, e mais ainda na fase de amamentação, quando são reforçados os sentimentos de segurança e amor, o homem geralmente não consegue estabelecer essa conexão de imediato.
Seja pela falta de exemplo durante a própria infância, trauma, ou até mesmo dificuldade em estabelecer conexões afetivas, alguns homens não se envolvem muito com a gestação da parceira, dificultando a criação de um vínculo afetivo com o bebê. O primeiro passo para mudar isso é refletir sobre a criação que teve e o tipo de pai que pretende ser para o seu filho.
A melhor maneira de facilitar essa criação de vínculo é se envolvendo mais nos eventos da gestação, como exames de rotina, preparação do quarto, compra dos itens necessários para os cuidados iniciais com o bebê, reuniões de grupo de apoio e até cursos preparatórios para o parto.
Se, mesmo assim, houver dificuldades, procure conversar com a parceira e, em alguns casos, buscar ajuda profissional também pode ser uma saída para vencer as barreiras emocionais e curtir seu filho sem medo, desde os primeiros meses de desenvolvimento.
A importância do contato físico
Muitos pais foram criados por figuras paternas distantes, que não davam carinho ou limitavam ao mínimo qualquer demonstração física de afeto. E isso é extremamente prejudicial para o desenvolvimento físico e emocional da criança, podendo causar grandes traumas, dificuldade em oferecer carinho e afeto e baixa autoestima.Não há regras para esse tipo de coisa, mas algumas boas práticas podem ajudar o homem a vencer as barreiras emocionais e se deixar tomar conta de todo amor pelo bebê. A primeira delas é ficar próximo dele e dar colo sempre que pedir. Ao contrário do que muitos pensam, o colo não "estraga" a criança e é uma das maneiras mais simples e genuínas de se conectar com seu filho e passar segurança e afeto para ele.
É preciso brincar, beijar, agarrar e fazer o que sentir que precisa fazer para demonstrar o carinho, sem medo de ser feliz. A hora do banho também é ótima para fortalecer o vínculo com o bebê, através do contato pele a pele, no caso de banho no chuveiro, e das brincadeiras típicas na hora do banho.
Outro momento importante é na hora de dormir: contar uma história , conversar de como foi o dia é um momento de proximidade muito valioso que criança e pai se lembrarão para sempre
É importante ressaltar queà medida que o filho cresce e deixa de ser um bebê, mais fácil é para o pai interagir com ele de uma maneira mais autônoma e, por isso, é que o pai pode (e deve!) aproveitar essa oportunidade para estreitar ainda mais seus vínculos com o filho mais velho.
Todos os seres humanos têm uma necessidade de serem tocados, de terem contato pele a pele. Então, quem melhor que um pai (ou a mãe, claro) para atender a essas necessidades?
Mas e se o pai biológico não for presente?
A frase “pai é quem cria” nunca esteve tão correta. Quando falamos em importância do vínculo afetivo da figura paterna, não estamos limitando isso apenas à relação de pai biológico x filho. Falamos da representação da figura masculina. A função paterna, masculina, pode ser feita por qualquer pessoa, seja avô, tio, irmão, padrinho ou até mesmo um amigo próximo da família.
Quando existe a ausência de uma figura masculina na vida da crianças, tanto a menina quanto o menino têm propensão a serem mais fechados e medrosos, fato que se reflete não só na infância, mas na adolescência e vida adulta também.
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